Se antes a “cerveja que desce redondo” adotava um posicionamento de marca voltado exclusivamente para o público masculino, com a presença constante de modelos femininas em seus comerciais de TV para atrair a atenção, hoje em dia já é possível se observar uma mudança em relação a esse aspecto: campanhas voltadas para todos os públicos.
Tudo isso se deu por meio de um rebranding da marca. Uma vez que, com o passar do tempo, notou-se que o consumo do produto não era feito apenas por homens.
Inclusive, você mesmo deve se lembrar do famoso slogan “Redondo é sair do seu passado”, não é verdade? Ele foi o pontapé inicial para a Skol começar a reforçar sua nova identidade como empresa, destacando que as imagens feitas antigamente não mais condizem com os valores atuais da empresa.
E mais: esse processo de reestruturação da marca também veio acompanhado com mudanças visuais no produto (modificações no logotipo e embalagem) e até mesmo com o lançamento de novos produtos.
Sendo assim, neste caso aqui, podemos dizer que o rebranding aconteceu devido a uma vontade de mudança no posicionamento da marca. Porém, vale mencionar que essa não é a única motivação para que essa estratégia aconteça. Muito pelo contrário: existem diversos outros fatores que podem fazer com que ela se torne necessária.
Sendo assim, se a dúvida em relação a realização de um rebranding persiste por aí, talvez esse conteúdo te ajude a saná-la de uma vez por todas.
O Primeiro Ponto: Entender o Que de Fato é um Rebranding
Tem associado esse processo apenas à mudança de logotipo do seu negócio? Se a resposta foi sim, essa é a hora de mudar esse pensamento.
Rebranding é uma forma da empresa se reinventar, levando em consideração tanto a sua forma de apresentação quanto de comunicação com o público.
Trata-se de uma estratégia em que estudos e mais estudos sobre o perfil dos consumidores são mais do que necessários, já que é a partir deles que os comportamentos serão analisados para se iniciar uma mudança positiva.
Ah, e antes que a gente se esqueça: rebranding está longe de ser um sinal de fracasso, ok? Até porque, se uma empresa deseja mesmo crescer e se destacar, com certeza terá de passar por ele em algum momento da sua existência. Só é preciso saber a hora certa.
Qual é o Momento Certo para Fazer o Rebranding?
Além da estratégia ser adotada quando o posicionamento não condiz mais com a visão atual da empresa, como é o caso da própria Skol, esses são alguns outros momentos em que é possível utilizá-lo:
Risco de Falência
Um bom exemplo a ser citado: Havaianas.
A marca, que tinha sua imagem relacionada ao “bom e barato”, era totalmente associada à classe C até o início dos anos 90. Época em que começou a enfrentar problemas de vendas, tanto pela inflação quanto pela concorrência que surgiu durante o período.
Mas, a partir do momento em que começaram a entender que ambos os públicos (classe C, média e alta) eram importantes para as suas vendas, foi possível encontrar uma solução para mudar os rumos do negócio.
O chinelo, que antes possuía apenas um modelo (branco com correias azuis), passou então a ganhar variações de cores, bem como novas estampas e modelos. A essa altura, essa era a impressão que queriam passar ao público: você não precisa usar Havaianas somente dentro de casa, ela pode acompanhar você aonde você for.
E foi seguindo esse foco que a empresa colocou suas estratégias em prática. Aproveitando a influência/visibilidade de diversos artistas em seus comerciais de TV para reforçar o novo posicionamento.
(Cá pra nós, nem precisamos dizer o quanto essa reestruturação deu certo, né? Afinal, estamos em 2023 e é bem provável que você tenha uma Havaianas por aí.)
Crise de Imagem
Mais um exemplo que se encaixa nesse tópico para que você consiga entender melhor:
Um documentário lançado no ano de 2004 e intitulado “Super Size Me: A Dieta do Palhaço”, fez com que uma das maiores empresas de fast food passasse por seu processo de rebranding.
Sim, estamos falando do McDonald’s.
A produção, que acompanhou a dieta do diretor Morgan Spurlock durante 30 dias (3 refeições ao dia, sendo todas elas alguma comida feita pelo McDonald’s), não só mostrou os efeitos físicos e mentais que esse tipo de alimentação provoca na vida de uma pessoa, como também explorou a cultura do fast food nos Estados Unidos.
Diante de sua enorme repercussão, o McDonald’s não teve outra alternativa a não ser rever seu posicionamento como empresa. Para isso, contou com a ajuda de nutricionistas para a reformulação de todo o seu cardápio, passando assim a oferecer ofertas mais lights aos consumidores.
Em casos como esse, é essencial que o processo de rebranding seja feito com uma certa agilidade, evitando que a situação se transforme até mesmo em uma crise de reputação da marca.
Mudança de Nicho ou Público-Alvo
Se o mundo está em constante mudança é preciso acompanhar esse movimento.
O que queremos dizer com isso? Simples:
Em muitos casos, é possível que o público-alvo de uma determinada marca não seja mais o mesmo de anos atrás. Aspecto que acaba motivando uma organização a realizar o rebranding.
Já em outros casos, pode ser que, ao apostar no lançamento de novos produtos e serviços que agora fazem parte dessa organização e abrangem um nicho maior de consumidores, essa alteração também seja necessária.
O Ponto Frio, por exemplo, com o intuito de atingir um público mais jovem, passou a ser apenas “Ponto”. Adotando uma nova identidade visual e uma nova linguagem em sua comunicação.
Da mesma forma, as mudanças feitas no design do Burger King, que agora passa uma ideia mais clara e minimalista, ajustada para se encaixar melhor ao mercado digital, também acaba captando um público jovem presente nessas redes.
E aí, Agora Ficou Mais Claro se o Seu Negócio Realmente Precisa de um Rebranding?
O comportamento do consumidor vem mudando rapidamente devido ao “boom” internet e das redes sociais. Se sua empresa já está há algum tempo no mercado e vem perdendo público e vendas, talvez seja o momento de avaliar essa estratégia.
